O Ovário na Pós-Menopausa e a TRH

Algumas questões importantes a respeito da possível da Menopausa

O Ovário na Pós-Menopausa e a TRH

O fato de o ovário ter entrado em falência funcional pela redução progressiva da do número de óvulos e a mulher entrado na menopausa não significa que não exista mais função ovariana. Na verdade, ela continua ativa, só que diferente daquela observada no período reprodutivo (entre a primeira e última menstruação). A menopausa sinaliza apenas o fim da ovulação.

Devemos, portanto, identificar o padrão endócrino da paciente que está diante de nós. Ela poderá apresentar se:

Hormonalmente equilibrada, sem sinais ou sintomas climatéricos (ondas de calor, ardência depois da relação etc). Esse equilíbrio geralmente é devido à produção de hormônio feminino fora do ovário, a partir dos hormônios masculinos produzidos pelo próprio tecido ovariano. Não necessita reposição hormonal feminino (estrógenio), apenas acompanhamento.

Com sinais e sintomas típicos da deficiência estrogênica. É candidata, obviamente, à reposição hormonal.

Com sinais e sintomas de excesso de hormônios masculino (androgênios) como aumento dos pelos faciais, alopecia (áreas sem cabelo) etc, além dos sintomas típicos da menopausa. São geralmente pacientes magras ou com baixo índice de massa corpórea, portanto, com baixa conversão periférica dos androgênios ovarianos e adrenais em estrogênios. São também candidatas à terapia hormonal, pois os estrogênios administrados, além de combater os sintomas clássicos, aumentam à síntese hepática da SHBG que se ligam preferencialmente à testosterona, tornando a biologicamente inativa. Avaliar a necessidade de associar uma droga antiandrogênica caso a resposta não seja satisfatória.

Com sinais e sintomas paradoxais de excesso de estrogênios (sangramento por hiperplasia ou carcinoma do endométrio). Com freqüência está associada à obesidade e diabetes. Obviamente, um progestogênio (outro hormônio presente na mulher que ovula) deverá ser prescrito após confirmação histopatológica de uma hiperplasia.

Reposição hormonal até quando?

Terapia de reposição hormonal significa repor uma substância hormonal que o organismo deixou de produzir, seja por uma doença ou por falência funcional de uma glândula.

Qualquer glândula do organismo pode falhar em qualquer época da vida, e quando isto ocorre, instala-se uma endocrinopatia que deve ser corrigida adequadamente.

O ovário porem, diferente das outras glândulas, invariavelmente encerra a sua função reprodutiva por volta dos 50 anos de idade e, portanto, devemos tratá-la como nos casos de falência das demais glândulas.

Ninguém restringe, por exemplo, o uso da insulina ou tiroxina apenas por um determinado período de tempo. Esta inadequada recomendação sobre a TRH surgiu após a publicação de um "Clinical Trial", em 2002 (Estudo WHI), e que a comunidade científica internacional recebeu como uma verdadeira bomba nas bases científicas e fisiológicas da reposição hormonal. Sua ampla divulgação pela mídia de forma sensacionalista criou uma epidemia de medo disseminada entre médicos e pacientes.

Desde então estabeleceu se, sem nenhuma sustentação científica para tal, que a reposição hormonal do climatério deveria ser limitada à no máximo cinco anos.

Quer dizer: viva bem durante cinco anos, depois, seja o que Deus quiser! Isto é um insulto à inteligência das autoridades científicas que defendem, valorizam e aplicam o conhecimento das bases da fisiologia e fisiopatologia como orientação terapêutica.

Em resposta a tal despropósito, o "Comitê Executivo da Sociedade Internacional de Menopausa" publicou em 15 de outubro de 2oo4, uma diretriz para o tratamento da mulher durante a transição menopausal e nos anos seguintes, onde diz claramente: _ "Não há nenhuma nova razão para colocar limites obrigatórios no tempo de tratamento, incluindo a interrupção arbitrária da TRH em mulheres que iniciaram a reposição durante a transição menopausal e permanecem assintomáticas durante o uso de hormônios".

Contra indicações da terapia hormonal.

As contra indicações absolutas restringem-se aos cânceres do endométrio e mama recentes; ao tromboembolismo agudo; à doença hepática grave ou em atividade e no sangramento uterino de causa não esclarecida.

A história prévia de câncer de mama ou endométrio em pacientes que apresentem uma sintomatologia climatérica intensa, que interferem seriamente com a qualidade de vida das mesmas e que não respondem aos tratamentos não hormonais, são situações em que o uso da TH poderia ser empregado sob estrita vigilância, após ampla discussão dos riscos e benefícios, com a menor dose capaz de aliviar os sintomas. Estudos recentes mostram uma maior sobrevida e menor mortalidade nestes casos. A decisão final caberá à paciente mediante assinatura de um termo de responsabilidade.

As contra-indicações relativas são: história de tromboembolismo prévio, doença coronariana estabelecida, hipertensão arterial, diabetes mellitus, colelitíase e lúpus eritematoso sistêmico.

A doença coronariana, hipertensão e diabetes, quando bem avaliadas e individualizadas respondem favoravelmente aos estrogênios naturais.

Por fim, um conselho: "Não enxerguem as mulheres sob uma ótica míope, limitada a um osso, a uma variz, a uma coronária, a uma mama. A mulher é muito mais do que isto. Procurem entender e valorizar sua feminilidade, seus sentimentos, seus anseios, sua sexualidade e a importância da sua auto-imagem. Se para tanto tivermos que recorre à terapia hormonal, que o façamos de uma maneira racional e científica. Isto implicará no indispensável conhecimento da fisiopatologia do climatério, em saber avaliar os sintomas e sinais, os riscos e benefícios e, acima de tudo, discriminar a intervenção terapêutica mais adequada para a paciente que está à sua frente".

  • Tags do artigo: Menopausa
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  • Sobre o Autor

    Prof. Lucas Vianna Machado

    Prof. Emérito da Faculdade de Ciências Médicas/MG
    Membro Titular da Academia Mineira de Medicina
    Expert latino-Americano em Climatério e Menopausa

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