Videohisteroscopia: por que olhar o útero por dentro?
A Videohisteroscopia é um exame para detectar alterações ginecológicas intrauterinas.
Esse exame permite ao médico analisar diretamente a cavidade uterina da paciente e encontrar alterações que, sob outros meios, estariam quase ocultas.
A Videohisteroscopia é o padrão ouro de diagnóstico e tratamento das alterações endometriais e intrauterinas. É uma endoscopia ginecológica onde através da vagina, do colo uterino permite o acesso a cavidade uterina.
O exame é realizado em consultório podendo também ser realizado em regime de hospital dia. Se realizado em consultório, a paciente pode levantar-se imediatamente após o procedimento, sendo permitido realizar suas tarefas normais.
Orienta-se em não ter atividade sexual por 3 a 5 dias após o exame.
Para que serve
- - Avaliação de alterações da cavidade uterina e endometrial suspeitada por ultrassonografia ou qualquer exame de imagem;
- - diagnóstico de sangramentos anormais, antes ou depois da menopausa;
- - detecção de lesões no canal e na cavidade uterina;
- - diagnóstico e tratamento de malformações uterinas;
- - estudo das causas da esterilidade e da infertilidade;
- - identificação de corpos estranhos no útero: metaplasia óssea (formação anormal de partícula óssea no interior do útero);
- - Retirada de dispositivo intra-uterino (DIU) e endoceptivos com fios não visíveis no endocervice.
- Retirada de miomas;
- Retirada de pólipos;
- Retirada de sinéquias (aderências);
- Retirada septos (alteração congênita);
- Cura de Istmocele;
- Ablação do Endométrio (alternativa à histerectomia) para diminuição de hemorragias em mulheres de desejam manter o útero e não desejam mais engravidar.
Na infertilidade é um exame solicitado como rotina por alguns serviços, outros só solicitam o exame quando há falhas de implantação em ciclos de FIV. ou em caso de suspeita de alterações intra-cavitárias visíveis através de exames de imagem, como ultrassonografia (USG), Histerossalpingografia (HSG), Ressonância magnética pélvica (RM).
Como é realizada a Videohisteroscopia:
Após avaliação da paciente o exame é realizado. A Histeroscopia não pode ser feita se a mulher estiver sangrando ou possuir alguma infecção ginecológica. Também não deve ser realizado em mulheres que possam estar gravidas. Eventualmente, a mulher pode sentir uma leve cólica no procedimento, que cede com um simples analgésico.
Caso haja a constatação de alguma alteração intra-cavitária que tenha necessidade cirúrgica, o médico solicitará uma internação da paciente para realização de uma Videohisteroscopia Cirúrgica com Ressectoscopio, cujo tratamento será feito também pela via endoscópica e com alta hospitalar no mesmo dia.
A Videohisteroscopia Cirúrgica com Ressectoscopio permite que a cirurgia seja feita através do colo do útero, sem necessidade de incisões ou cortes, sendo realizado em ambiente hospitalar, com internação de até 12 horas. Apesar de ser realizada da mesma forma que a Videohisteroscopia ambulatorial, a Videohisteroscopia operatória exige internação e anestesia, pois os instrumentos utilizados são mais calibrosos. Mesmo assim o método reduz significativamente o risco de infecção hospitalar e o tempo de recuperação da paciente é mínimo.
A Videohisteroscopia Cirúrgica com Ressectoscopio apresenta menos de 1% de complicações cirúrgicas.
Indicação
- Tags do artigo: Endometriose - Útero
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Sobre o Autor
Dr. Marcelo Esteve
Pós Graduação em Medicina Reprodutiva
TEGO – Titulo de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia
TCBC - Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
Responsável pela IDM Medicina Reprodutiva