A evolução da gestação em semanas

A primeira semana do desenvolvimento embrionário (terceira semana de gestação) termina com o blastocisto se implantando na parede do útero materno, no endométrio. É o trofoblasto que adere à parede endometrial e vai adentrando, se diferencia em outros tipos celulares e dá origem à placenta. Enquanto isso, o embrioblasto continua evoluindo e originará o embrião propriamente dito.

Conforme o embrião se implanta no endométrio, surgem algumas lacunas onde o sangue materno flui com oxigênio e nutrientes. O tecido embrionário produz e libera um hormônio que entra no sangue materno, a gonadotrofina coriônica humana (hCG), avaliada nos testes de gravidez. No fim da terceira semana, já há produção suficiente de hCG para dar um teste positivo para a gravidez. Nesse estágio o embrião ainda tem o formato de uma lâmina e a cavidade amniótica e o saco vitelino começam a se desenvolver.

A quinta semana é o primeiro período de ausência da menstruação. Nessa semana ocorrem importantes transformações no embrião: o sistema nervoso começa a se formar, surgem os primeiros vasos sanguíneos, a veia umbilical e o coração primitivo, além da diferenciação dos tecidos que originarão as vértebras, costelas e músculos do bebê.

O período entre a sexta e a décima semana de gestação é considerado o mais delicado, pois é quando todos os órgãos começam a ser formados. Portanto, deve-se ter o maior cuidado com a exposição às substâncias e medicamentos teratogênicos – capazes de produzir algum dano no embrião ou feto.
No inicio da sexta semana, o embrião tem cerca de 6 milímetros de comprimento e passa por um dobramento, assumindo uma forma cilíndrica e encurvada, como um “C”. Essa curvatura característica na cabeça ocorre com o inicio da formação do encéfalo. Quase no fim da sexta semana já se pode ver os pequenos brotos que originarão os membros superiores e inferiores. Uma versão ainda simples de vários órgãos já está estabelecida, especialmente o sistema cardiovascular.

Nessa semana, o crescimento da cabeça é maior que o das outras regiões; sobretudo pelo rápido desenvolvimento do encéfalo e de outras regiões da face. Agora, os futuros braços já têm a forma de remos e as futuras pernas têm forma de nadadeiras.

Os membros superiores e inferiores continuam a se desenvolver, e já é possível ver a diferenciação dos cotovelos e inicio da formação das mãos. Com oito semanas, o embrião pode apresentar alguns movimentos espontâneos. Os olhos já estão evidentes e a orelha também está ganhando forma. O tronco e o pescoço estão mais retos e, em relação a eles, a cabeça é bem grande.

Nesse período ocorre a diferenciação do órgão sexual externo, que terá sua forma definida no final da 14ª semana. Os glóbulos vermelhos do sangue começam a ser produzidos pelo fígado e até o fim deste primeiro trimestre essa função passa a ser do baço. Os rins começam a secretar a urina que vai para o líquido amniótico e é deglutida pelo feto, enquanto os produtos de excreção passam para o sangue materno pela placenta. A hérnia umbilical desaparece na 13ª semana, pois a parte do intestino que ocupava parte do cordão umbilical agora se retorna para o abdome fetal. Os braços já têm quase seu tamanho final e as pernas e coxas ainda crescerão mais.

O principal deste período é o significativo crescimento do feto. Os membros inferiores se alongam, os olhos mudam para uma posição mais central na face e as orelhas também estão mais próximas de sua posição definitiva. No exame ultrassonográfico pode-se ver claramente os ossos e a genitália externa também pode ser reconhecida. O peso varia de 80 a 200 gramas.

Os movimentos fetais começam a ser percebidos pela mãe. Os órgãos internos já estão bem definidos e agora a pele está mudando. O corpo do feto está recoberto por finos pelos e por uma secreção gordurosa que protege toda a sua pele. O intestino começa a trabalhar e uma pequena quantidade de material sólido é acumulada, o mecônio. Estas serão as primeiras fezes do bebê quando nascer. O peso vai de 250 a 460 gramas.

A pele do feto é agora rosada, pois ainda é possível ver os capilares sanguíneos. As pálpebras que se fecharam na décima semana agora se abrem, começam os movimentos oculares rápidos e o feto já tem até o reflexo de piscar ao se assustar. Os pulmões ainda estão imaturos, mas já há a secreção de surfactante, uma substância essencial para os alvéolos pulmonares. O feto aumenta consideravelmente de peso, pesando aproximadamente um quilo. O peso vai de 500 a 900 gramas.

Nesse período os pulmões já são capazes de realizar as trocas gasosas e por isso, caso venha a nascer prematuro, o bebê já consegue sobreviver. O sistema nervoso também já está desenvolvido o suficiente para coordenar as funções respiratórias e de manutenção da temperatura. Há um aumento da gordura subcutânea e pele perde um pouco do seu tom avermelhado. Enfim, as células sanguíneas deixam de ser produzidas no baço e a medula óssea assume essa função. O peso vai de 1 a 1,3 quilos.

A gordura corporal aumentou e agora as pernas e braços já estão firmes e cheinhos; a pele está mais lisa. O feto mede aproximadamente 45 centímetros e o peso vai de 1,7 a 2,5 quilos.

Agora, as circunferências da cabeça e do abdome são quase iguais. O crescimento o feto passa a ser mais lento; ele ganha cerca de 14 gramas de gordura por dia e já se orienta em relação à luz. O peso vai de 2,8 a 3,4 quilos. Ele está pronto para nascer!