A tuba (trompa) não está funcionando?
Nova geração que viveu 2 a 6 dias dentro de uma incubadora - descubra como.
A tuba, como o próprio nome diz, é um órgão tubular, com mais ou menos 12 cm de comprimento, que tem a finalidade de capturar o óvulo e conduzir os espermatozoides até ele. Para exercer sua função na fertilidade corretamente, precisa estar solta, livre de aderências e desobstruída.
Uma vez que que os espermatozoides encontrem o óvulo, apenas um penetra para promover a formação do embrião. A isso damos o nome de fertilização. Caso o óvulo seja penetrado por mais de um espermatozoide, ocorrerá uma malformação congênita, incompatível com o desenvolvimento do embrião.
Dentro da tuba existe a fabricação de um líquido chamado líquido da tuba humana, que tem a finalidade de alimentar os espermatozoides, o óvulo e o embrião. Se tudo correr bem, o embrião é deslocado através da tuba, através de movimentos ciliares (pequenos cílios vibrando), durante cinco dias, até chegar ao útero onde ocorrerá a implantação ou nidação.
Nos casos em que a tuba estiver obstruída ou impossibilitada de receber o óvulo, a fertilização não ocorrerá e a infertilidade será estabelecida. A obstrução da tuba poderá ocorrer próxima a útero, no meio ou na porção perto do ovário. Nos três casos não haverá fertilização e a solução poderá ser uma cirurgia plástica, que não oferece os melhores resultados, ou a fertilização in vitro, que é a melhor opção nos dias atuais, apesar de ser mais cara.
Acontece que nas obstruções perto do ovário o líquido da tuba humana fica represado, gerando um acúmulo em forma de cisto, chamado Hidrossalpingeo. E isso torna-se um problema porque, o acúmulo e o não escoamento, fazem com o que o líquido acumule substâncias tóxicas e escorre para o útero, impedindo o desenvolvimento de um embrião através da fertilização in vitro.
Nesses casos de Hidrossalpingeo, em que vai se realizar a fertilização in vitro, a melhor solução é a cirurgia para a retirada da tuba. Uma vez corrigida a Hidrossalpingeo, a fertilização in vitro terá uma boa chance de sucesso.
Para finalizar e estar à altura do título, aprendemos, ou imaginamos que aprendemos, que a tuba (trompa) fica igual a um gato, à espera do óvulo. Abre seus dedinhos, ou tentáculos, abraça o ovário e captura o óvulo. Não é bem assim porque a tuba não tem olhos ou movimentos coordenados como o gato. O mecânismo é complexo mas tem lógica. É preciso um cálice (fundo de saco atrás do útero), um cisto no ovário que contenha o óvulo, que esse cisto rompa (ovulação), que o líquido escorra para o "cálice", que o óvulo flutue no líquido, que os "dedinhos" da tuba também flutuem no líquido e capturem o óvulo como as anêmonas do fundo do mar fazem, movimentando seus cílios, para capturar alimentos.
A Tuba (Trompa) falhou?
A solução é a fertilização invitro, quando os óvulos são fertilizados numa incubadora (trompa) artificial e lá permanece desenvolvendo por até 6 dias, em um sofisticado processo de cultivo em meios especiais e gazes, formando o estágio ideal que é o blastocisto, pronto para sair da casca (zona pelúcida) e implantar-se no endométrio (pele dentro do útero). Esse processo é o mesmo que acontece na trompa natural. Estima-se que mais de quatro milhões já nasceram depois de Louise Brown em 1978, há 37 anos atrás. Três anos depois eu iniciei minha carreira em Reprodução Humana.
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Sobre o Autor
Dr. Marco Cavalcanti
Criador do TESTEDEFERTILIDADE.COM.BR E FERTILITYCHECKONLINE.COM. Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e formado em Medicina Reprodutiva e Cirurgia da Reconstrução Pélvica pelo South Florida Institute for Reproductive Medicine nos Estados Unidos. Reproduziu num computador o raciocínio de um especialista, através de um software de Inteligência Artificial em Reprodução Humana e Endometriose. Autor do livro "Quero meu Bebê", é o responsável pela geração e nascimento dos primeiros bebês brasileiros da técnica de reprodução assistida (GIFT por Histeroscopia Modificado). Duas das suas produções científicas foram selecionadas para concorrer ao maior prêmio da Reprodução Humana no Brasil: Prêmio Campos da Paz.