Hormônio Estrogênio na Menopausa
Indicações e Contraindicações

Terapia de reposição hormonal significa repor uma substância hormonal que o organismo deixou de produzir, seja por uma doença ou por falência funcional de uma glândula.
Qualquer glândula - hipófise, ovário, testículo, tireoide, paratireoide, suprarrenal e pâncreas - pode falhar em qualquer época da vida e quando isto ocorre, instala-se uma doença denominada endocrinológica.
O ovário diferentemente de outras glândulas, invariavelmente encerra a sua "função produtora" de hormônio feminino por volta dos 50 anos de idade.
A falência progressiva da função ovariana, e os sintomas que a acompanham são denominados climatério. É, portanto, um longo período de transição entre a fase reprodutiva da mulher e a senilidade; iniciando-se habitualmente por volta dos 40 anos é estendendo-se até os 65 anos.
Mencione-se que a expectativa de vida média das mulheres no Império Romano (século I) era em torno de 25 anos de idade, ou seja, embora existissem mulheres idosas, a imensa maioria morria antes de atingir a menopausa.
Os fogachos (ondas de calor), sudorese, irregularidades menstruais, insônia, desânimo, baixo astral, diminuição da memória (principalmente para nomes e fatos recentes), ressecamento e perda de elasticidade da vagina com consequente dor e dificuldade durante a relação, incontinência urinária, ressecamento, perda do colágeno e atrofia da pele favorecendo o aparecimento de rugas.
Podem surgir as fraturas osteoporóticas, aumento dos acidentes cardiovasculares e manifestações cerebrais como a doença de Alzheimer. Na verdade, estas-complicações tardias são, basicamente, consequências da longevidade e de outros fatores ligados à herança genética, estilo de vida de cada uma, mas sem dúvida alguma, a deprivação hormonal é importante fator coadjuvante e a sua reposição pode prevenir, retardar o seu aparecimento ou aliviar a sintomatologia.
O medo fez tom que muitas mulheres, especialmente aquelas com menopausa prematura ou severamente sintomáticas e que necessitavam claramente de terapia hormonal, deixassem de usá-la. O medo induziu outras mulheres a abandonarem precocemente o tratamento, ou a usarem doses insuficientes.
O medo fez com que" mulheres, mais vulneráveis emocionalmente, fossem seduzidas por "terapias naturais" ineficazes e não comprovadas cientificamente.
O medo contaminou também os ginecologistas- pela ameaça de uma "morte profissional", caso viessem a ser legalmente processados por uma doença supostamente relacionada à hormonioterapia.
São contraindicações absolutas
- Doença trombo embólica aguda.- Doença hepática severa ativa.
- Câncer do endométrio e mama recentes.
- Sangramento vaginal não esclarecido.
- Porfiria.
São contraindicações relativas:
- Tromboembolismo venoso prévio.- Doença coronariana estabelecida
- Hipertensão arterial.
- Diabete melito.
- Mioma uterino e endometriose.
- Doença da vesícula biliar.
- Lúpus eritematoso sistêmico.
- Melanoma.
- Antecedentes de câncer de endométrio e mama.
Nunca, jamais, verbalize esta abominável sentença: "Eu estou em suas mãos. O que o senhor decidir eu farei". Isto é muito perigoso. Informe se. Questione. Discuta. Se você não está realmente convencida de que isto possa Ihe trazer algum benefício, simplesmente não faça a reposição hormonal.
- Tags do artigo: Menopausa
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Sobre o Autor
Prof. Lucas Vianna Machado
Prof. Emérito da Faculdade de Ciências Médicas/MG
Membro Titular da Academia Mineira de Medicina
Expert latino-Americano em Climatério e Menopausa