Posso ter gravidez na trompa?
Cuidado! Antes de pensar em engravidar, procure um ginecologista e faça uma rigorosa avaliação se você tem história de infecção pélvica ou endometriose.

Estima-se que 3 mulheres, em cada 100, as gestações são geradas fora do útero (ectópica), sendo mais frequente na trompa, e isso é responsável por 10% das mortes maternas na gestação.
Essa estatística está aumentando devido às DSTs (Doenças sexualmente Transmissíveis) e à endometriose.
A motivo da gravidez tubária (trompas) são pequenas aderências ou focos de endometriose no interior da trompa, ou mesmo uma dificuldade no transporte do embrião dentro da tuba, que não pode ser maior do que 5 dias.
No sexto dia, após a fertilização, o embrião sai da casca (zona pelúcida) e está pronto para penetrar o endométrio (nidação).
Tudo tem que ocorrer na hora exata e sincronia.
Quando isso ocorre na tuba, o embrião forma vasos que penetram a mucosa tubária e começa a alimentar-se e crescer. Só que, dependendo em qual parte da tuba ele adere, o espaço (luz tubária) pode variar entre um milímetro à um centímetro.
Ou seja, o local da nidação não será suficiente para o crescimento e haverá a ruptura com intenso sangramento que irrita a pele do abdome (serosa), provocando dor insuportável e risco me morte.
Chamamos esse quadro de gravidez tubária rota com choque (hipotensão - drástica diminuição da pressão sanguínea) que requer intervenção cirúrgica em caráter de emergência e transfusão de sangue e líquidos.
Uma mulher que já teve uma gravidez tubária corre sérios riscos de ter outra gravidez ectópica. Por isso não aconselho tentar engravidar espontaneamente e sim por fertilização INVITRO, ou então fazer uma rigorosa investigação através de exames específicos que, muitas vezes, não dão garantias.
Outra informação muito importante é comparar as chances de engravidar espontaneamente de acordo com a idade, porque sabemos que são menores e muitas pessoas acham que, por ter a outra trompa, as chances são as mesmas.
Um engano!
Eu uso uma anamnese rigorosa, com cerca de 90 perguntas femininas e 30 masculinas, para avaliar e correlacionar fatores que possam interferir com a fertilidade da mulher e dentre elas está a avaliação da anatomia pélvica, do passado de inflamações que podem ter como causa as infecções e/ou endometriose que podem comprometer a Tuba de Falópio (trompa).
A ultrassonografia pélvica transvaginal, a histerossalpingossonografia que é a análise do útero (histero) e trompa (salpingo), mas que fornece acesso à toda anatomia pélvica feminina por associar a ultrassonografia, são os principais exames que utilizo. Mas, como a parte interior da trompa é melhor estudada pela radiografia, utilizo também a histerossalpingografia.
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Sobre o Autor
Dr. Marco Cavalcanti
Criador do TESTEDEFERTILIDADE.COM.BR E FERTILITYCHECKONLINE.COM. Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e formado em Medicina Reprodutiva e Cirurgia da Reconstrução Pélvica pelo South Florida Institute for Reproductive Medicine nos Estados Unidos. Reproduziu num computador o raciocínio de um especialista, através de um software de Inteligência Artificial em Reprodução Humana e Endometriose. Autor do livro "Quero meu Bebê", é o responsável pela geração e nascimento dos primeiros bebês brasileiros da técnica de reprodução assistida (GIFT por Histeroscopia Modificado). Duas das suas produções científicas foram selecionadas para concorrer ao maior prêmio da Reprodução Humana no Brasil: Prêmio Campos da Paz.