Seis obstáculos entre eu e minha bebê!
Vou contar a história de uma jovem que me procurou aos 17 anos de idade com um enorme tumor dentro do seu útero.

É compreensível uma mulher na idade adulta, após os trinta anos, apresentar um grande mioma no útero. Mesmo nessa idade, os miomas dentro da cavidade endometrial (Endo = dentro; Metra = mãe, útero) são os menos frequentes.
Baseados nestas informações, dificilmente pensamos em miomas quando uma adolescente chega ao consultório com queixa de aumento do fluxo menstrual e dores durante a menstruação. Por isso, muitas vezes, o diagnóstico é postergado porque a própria família, a cultura popular e mesmo uma avaliação médica equivocada acham que é "natural e depois passa".
Há quase vinte anos atrás, quando diagnosticado um mioma gigante dentro do útero (submucoso) de uma adolescente, a conduta menos arriscada seria a retirada do órgão, o que a condenaria a não engravidar. A chance de perfuração do útero e complicações era enorme.
Apesar de uma compreensão razoável, baseada na fé, quando nascemos, apesar do espírito já ter um destino, nada sabemos e nada entendemos porque os desafios nos são postos.
Nossos pais planejam nos educar, criar, depois ter netos e assim sucessivamente. Imaginamos que o "destino" que nos desvie disso nunca estará posto à nossa frente, porque nossos sonhos são cheios de emoções e conquistas... Não de frustrações!
Mas, para algumas pessoas, o futuro nunca existirá... O sonho nunca tornará realidade... O sorriso congelará e a frustração será o rótulo da possibilidade roubada.
Agora... Para muito poucos... Talvez "eleitos", o destino conspira:
O que era quase impossível materializa como um milagre!
...Ela parecia uma boneca de louça de tão frágil.
Não fazia idéia da gravidade que o destino nos convidaria a escrever.
Mais uma vez, como já acontecera outras vezes na minha carreira, um enorme desafio se agigantava à minha frente.
Pedi autorização à família dela para propor uma correção que levaria anos... No mínimo três cirurgias, além da inibição da ovulação e menstruação até ela resolver engravidar. Aqui cabe uma explicação:
O mioma é "alimentado" e cresce continuamente através do estímulo hormonal da ovulação, que descarrega uma grande quantidade de estrogênio (hormônio feminino) a cada mês. Como comparação, a quantidade do hormônio durante uma ovulação espontânea chega a ser dez a quinze vezes maior do que quando usamos uma pílula anticoncepcional.
Durante quinze anos realizei cirurgias e correções enquanto a vi entrar na faculdade, se formar, namorar, noivar, casar etc.
Na última cirurgia retirei definitivamente o mioma que tinha um tamanho dez vezes menor do que o inicial. O útero e a cavidade endometrial, onde habitava o mioma que impossibilitaria uma gestação, estavam perfeitos e prontos para engravidar. Foi quando propus realizar uma fertilização Invitro.
Depois de seis procedimentos, cinco cirurgias e uma única tentativa de fertilização invitro, nasceu nosso presente: - meu, dela, do esposo, da família, frutos do planejamento, da coragem, da credibilidade, da ciência, da confiança, da determinação... Da permissão de Deus e dos Seus anjos que "sopram aos meus ouvidos"!
A família que corria o risco de não estar completa, agora estava realizada, substituindo o medo, as lágrimas e a frustração pela presença do sorriso inocente de uma linda, desejada e mais que esperada bebê.
Missão cumprida... Meu Deus e meu Senhor!
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Sobre o Autor
Dr. Marco Cavalcanti
Criador do TESTEDEFERTILIDADE.COM.BR E FERTILITYCHECKONLINE.COM. Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e formado em Medicina Reprodutiva e Cirurgia da Reconstrução Pélvica pelo South Florida Institute for Reproductive Medicine nos Estados Unidos. Reproduziu num computador o raciocínio de um especialista, através de um software de Inteligência Artificial em Reprodução Humana e Endometriose. Autor do livro "Quero meu Bebê", é o responsável pela geração e nascimento dos primeiros bebês brasileiros da técnica de reprodução assistida (GIFT por Histeroscopia Modificado). Duas das suas produções científicas foram selecionadas para concorrer ao maior prêmio da Reprodução Humana no Brasil: Prêmio Campos da Paz.