Você adotaria uma criança, um óvulo ou um espermatozoide?
Bem, vou começar essa história fornecendo alguns dados para meus leitores, pois meus artigos têm a finalidade de trazer a ciência mais compreensível para o cidadão comum

- Estima-se que a taxa anual de nascimentos no mundo é em torno de 1,9%, que daria cerca de 140 milhões de novos ocupantes do nosso planeta. O Brasil contribui com uma taxa anual em torno de 1,7%, dando cerca de 3.5 milhões de nascimentos.
- Desses 140.000.000, estima-se que 1% dos nascimentos vêm através da reprodução assistida (fertilização invitro e inseminação artificial). Então estamos falando em 1.400.000 à 1.6 milhão de bebês, porque a incidência de gêmeos é maior. No Brasil, podemos estimar 35.000 a 42.000.
- Não temos uma estimativa de quantos nascimentos através de sêmen e/ou óvulos doados. O que sabemos é que essa procura tem aumentado e, semelhante ao que já ocorre com o sémen, estão surgindo bancos de óvulos.
- Está ficando cada vez mais difícil adotar crianças recém nascidas ou muito pequenas. A busca por crianças mais velhas está aumentando em função da escassez da primeira opção.
- A dificuldade da adoção, o sucesso com as técnicas de reprodução assistida, o acesso ao banco de sêmen e, agora, de óvulos, tem contribuído para a busca dessas técnicas, apesar do alto custo.
- O homem que não produz espermatozoides pode recorrer ao banco de sêmen, onde ele encontra todas as características e semelhanças com uma lista de doadores, inclusive hobby, profissão, religião etc.
- A mulher pode ter acesso aos mesmos dados das doadoras, apesar de estarmos no início da formação dos bancos de óvulos e sabermos que levará um tempo para que atinja a mesma facilidade que encontramos nos bancos de sémen.
- Casais homo afetivos femininos podem recorrer ao banco de sêmen e os homo afetivos masculino aos bancos de óvulo, embora também precisará de um útero de substituição (barriga de aluguel).
- Estão em curso pesquisas para criar gametas (óvulo e espermatozoide), para os casais que não produzem. A opção de obte-los através de uma célula adulta do corpo humano com a reversão até um óvulo ou espermatozoide, já foi possível em modelo animal. As pesquisas são promissoras e a descoberta da engenharia genética com a CRISPR onde é possível editar o DNA, substituindo fragmentos defeituosos ou mesmo reprogramar rotinas, podemos estar próximos de verdadeiros milagres da medicina.
Está praticamente estabelecido e desenhado que a ausência dos gametas não será mais um impedimento para homens e mulheres tornarem-se pais e mães.
Adotar um filho, ou um óvulo ou espermatozoide ou ambos, para gerar um filho, será tão comum que virarão rotina.
- Tags do artigo: Fertilidade e Infertilidade - Gestação
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Sobre o Autor
Dr. Marco Cavalcanti
Criador do TESTEDEFERTILIDADE.COM.BR E FERTILITYCHECKONLINE.COM. Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e formado em Medicina Reprodutiva e Cirurgia da Reconstrução Pélvica pelo South Florida Institute for Reproductive Medicine nos Estados Unidos. Reproduziu num computador o raciocínio de um especialista, através de um software de Inteligência Artificial em Reprodução Humana e Endometriose. Autor do livro "Quero meu Bebê", é o responsável pela geração e nascimento dos primeiros bebês brasileiros da técnica de reprodução assistida (GIFT por Histeroscopia Modificado). Duas das suas produções científicas foram selecionadas para concorrer ao maior prêmio da Reprodução Humana no Brasil: Prêmio Campos da Paz.